O telefone estava ali pousado imóvel como se de um objecto inanimado se trata-se, o som áspero da rua distraiu me o olhar e a mente. Todos os instantes como aquele o pequeno telefone fingia-se inanimado olhando pelo canto do olho murmurava baixinho "tens de te despedir"...."tens de ligar".... Tenho de me despedir?! A pergunta ecoava na minha atribulada mente à vários dias. Mas porquê? Para quê?! Por carinho, respeito, amizade..... por consideração deveria de despedir-me bem sei mas... Mas o que me atormentava era como? Como é que alguém se despede para todo um sempre de alguém que ainda vive? Despedir de alguém sem dizer até já, até amanha....simplesmente despedir...ADEUS.... Nunca me impressionara a morte, os rituais de despedida sempre me fizeram sentido, sempre encarara com uma naturalidade que chocava a maioria das pessoas. Mas a duvida mantinha-se como me despeço de alguém que sei que não mais vou ver mas que continua a viver como ate aqui. O tempo te dará a resposta que procuras dizia-me aquela vozinha docen e calma que vinha de dentro..... mas os dias passaram e a duvida não só se manteve como se tornou mais dura de encarar. Agora deixas-te passar muito tempo ouvia ao fundo de mim, agora segue o caminho caminhando segue de cabeça erguida. O tempo da despedida passou.....