Com as palavras secas-te meus olhos, teus gestos contraditórios me fizeram viajar até ao passado da dor de outro ser . . . teus gestos vão em sentido contrário de tuas palavras . . . tuas palavras trocam-se e perdem-se em contradições. Será medo o que sentes, será um jogo que te esqueces-te de mencionar??? Não entendo e começo a não querer entender . . . não quero confusões . . . apenas sorrir, boa disposição . . . não vou competir. . . os meus olhos estão secos pelo passado e por ti lágrimas já derramaram . . . meus olhos querem-se fechar . . .
a simplicidade que a vida têm leva-nos a esquecer de pormenores tão importantes . . .o toque cada vez ficou mais distante . . . quando um problema existe tudo desaparece . . . o aconchego de um beijo, o conforto de um abraço foi deixado lá atrás quando éramos pequeninos. . . terei de nunca mais precisar do conforto, do aconchego?. . . terei de caminhar pelos sustos, pelas preocupações sem sentir a necessidade daquele conforto. . . daquele aconchego? é necessário a morte entrar pela porta da frente para que a vergonha de dar um pouco de conforto desapareça. . . uma vez mais a minha boca não calei e pedi . . . pedi porque senti sem que a razão, a justificação racional existisse . . . o que obtive foi o fim. Todos os fins são um principio de um pedacinho de mim que se constrói . . . palavras estas deixadas sem nexo sem coerência
Como que do nada uma enchente de solidão me derruba . . . acontecimento anual ao qual não consigo nem quero me acostumar. . .Se o meu maior medo tivesse que revelar diria-te que é esta solidão atroz que me possuí todos os anos da mesma forma avassalador deixando-me louca. . . solidão que transporta de forma suave a insanidade, os pensamentos descabidos. . . os desejos desmedidos . . .queria . . quero ligar-te, dizer-te abraça-me sem nada perguntares preciso apenas do calor de um corpo . . .sentir a segurança de uns braços que não me deixaram cair no abismo que vivi um dia. . .Porque não ligas perguntas tu voz desconhecida . . .o medo da resposta . . . da ausência de sinal . . da repetição do passado leva-me a conter-me.
Agarro-me ao chão como uma velha arvore cansada das tempestades que procura viver pelo menos mais um outono. . .