Hoje acordei com os olhos turvos, o meu descernimento, a minha razão interior estava perdida algures....assim que me virei senti o teu cheiro numa das almofadas...estivera ali toda a noite, todos aqueles dias.... o sol lá fora começava a revelar-se para aquela manhã solarenga... o teu cheiro enebriava-me, a minha razão ficava turva.....olhei o céu azul depois de uma noite plena de tempestade, granizo e ventos fortes... os caminhos cruzaram-se por uma qualquer razão que desconheço, que não entendo.....mas não quero entender, nem tudo tem de ser entendido, nem tudo tem de ser compreendido, nem tudo tem de ter um sentido....o passado não irei reescrever, o passado não quero reviver.... afirmei vezes sem conta.... mas aqui estou eu neste momento na encruzilhada... ou sigo em frente e o passado irei reviviver e o fim conheco...ou viro costas e trilho um novo caminho, um novo e desconhecido caminho.....ou então tu surpreender e mostras -me o caminho que desejei no ontem lá longe.....apesar de todos eles seram caminhos possíveis apesar de todos eles serem reais... dentro de mim sei bem qual o caminho que irei fazer, caminho duro mascorreto..... espero um pouco mais por ti uns minutos apenas umas horas, não mais que isso....hum ato de energia limpo os pequenos vestígios que deixas-te em mim e espero...espero apenas uns minutos....apenas umas horas espero
a agua caia furiosamente como se tivesse a importantíssima missão de limpar a terra, de limpar as pessoas do seu descontentamento, da sua infelicidade....aquelas gotículas de água caiam no meu rosto limpando me alma... apesar da força, apesar da intensidade nada demoveu e depois do calor quente e revigorante do duche e já com o saltos altos calçados de mala nas mãos sai segura de mim até ao seu encontro.....o inesperado esperava... não seria o cenário idealizado por muitos mas para mim era perfeito... cheguei bem antes da hora queria desfrutar de toda aquela beleza sozinha, sai do carro e caminhei sentir aquele frio atravessar me dava-me um conforto desconfortável, a agitação marítima descontrolada numa fúria só... caminhei algum tempo perdendo a noção do tempo, do lugar do sentir.....mas o toque trouxe-me de volta uma mensagem..."arrependes-te-te?" a hora tinha passado e eu distraída não tinha ido ao seu encontro, num passo mágico cheguei perto de si... o coração batia aceleradamente a ansiedade disparou mas a sua descontração logo me fez tranquilizar... caminhamos ao destino espaço já muito marcado para mim de momentos passados... o tão prometido e desejado chocolate quente chegou e as minhas mãos aqueceu... o seu sabor é tal e qual o guardado na memória do passado...a conversa fluiu tão tranquila e leve...
(to be continue)
como se de um romance, daqueles em que os caminhos da vida cruzam e descruzam o percurso das personagens principais a vida e criam encontros e desencontros daqueles que são um só....como se de um romance se trata-se os caminhos cruzaram......dois caminhos à muito perdidos entrelaçaram-se, criando uma teia.... Numa mística diferente caminhei aquela calçada marcando o compasso com o salto... envolvida pela sonoridade de uma vida com a incerteza do que ia encontrar...uma porta de regresso ao passado? uma porta para um futuro sonhado em tempos longínquos?..... o desconhecido a incerteza me levou ao encontro de uma porta indefinida com um desejo de passado mas com uma realidade diferente, com um sentir diferente....reviver o passado trás um amargo de boca que não quero provar...um agora diferente... as palavras fluíram os olhares penetrantes foram mais fundo que nunca...mas o constrangimento de um tocar mais intimo de um beijo fora só sitio criou um muro, um alto e transparente muro....
O telefone estava ali pousado imóvel como se de um objecto inanimado se trata-se, o som áspero da rua distraiu me o olhar e a mente. Todos os instantes como aquele o pequeno telefone fingia-se inanimado olhando pelo canto do olho murmurava baixinho "tens de te despedir"...."tens de ligar".... Tenho de me despedir?! A pergunta ecoava na minha atribulada mente à vários dias. Mas porquê? Para quê?! Por carinho, respeito, amizade..... por consideração deveria de despedir-me bem sei mas... Mas o que me atormentava era como? Como é que alguém se despede para todo um sempre de alguém que ainda vive? Despedir de alguém sem dizer até já, até amanha....simplesmente despedir...ADEUS.... Nunca me impressionara a morte, os rituais de despedida sempre me fizeram sentido, sempre encarara com uma naturalidade que chocava a maioria das pessoas. Mas a duvida mantinha-se como me despeço de alguém que sei que não mais vou ver mas que continua a viver como ate aqui. O tempo te dará a resposta que procuras dizia-me aquela vozinha docen e calma que vinha de dentro..... mas os dias passaram e a duvida não só se manteve como se tornou mais dura de encarar. Agora deixas-te passar muito tempo ouvia ao fundo de mim, agora segue o caminho caminhando segue de cabeça erguida. O tempo da despedida passou.....
Como por magia a cada segundo os pulmões enchiam-se um pouco mais daquele oxigénio mágico, aquela luz penetrava cada vez mais fundo trazendo me à vida. Cada recanto escondido preenchido de luz, inundado de sentires, de palavras. A melodia profunda no ouvido recordava-me o caminho que perdera lá trás por culpa de um nada, de um ninguém.... demasiado tempo perdido, um ciclo demasiado grande... o tempo não pode mais parar há que seguir sem medo, renascida das cinzas voltei sem nada saber sem nada mais querer....pequenos momentos, grandes vontades, enormes desejos me guiam...